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O sapato deixou de ser um artigo de primeira necessidade, utilizado apenas para proteger os pés. Atualmente ele pode representar um estilo, uma tendência de moda e até um fetiche. Mas mesmo com toda a tecnologia empregada nas grandes indústrias de calçados nacionais e, uma infinidade de modelos que seguem as tendências mundiais, o hábito de levar os calçados usados ao sapateiro resiste a tudo isso. 
Ao invés de comprar sapatos ou sandálias novas, algumas pessoas preferem recuperar os pares já surrados, economizando dinheiro e, na maioria das vezes, os clientes ficam satisfeitos com o resultado.
A cidade de Porto Feliz abriga alguns destes profissionais que com a sua arte, resistiram ao tempo. Daniel  é um deles, aprendeu o oficio com seu pai, desde os 12 anos de idade. “Comecei a ajudar o pai apenas como brincadeira e depois acabei pegando gosto pela arte da sapataria”. Em sua sapataria tem apenas um funcionário (ele mesmo). A maior demanda na sapataria são os consertos em calçados masculinos e femininos, cintos, bolsas e malas, mas há procura também pelos sapatos femininos, sandálias e chinelos confeccionados por ele. “As rasteirinhas femininas são as mais pedidas e são fabricadas em couro legítimo”, diz Daniel.